#41



são estas as mãos em que nasceste 
chegaste com a noite 
permaneceste 
no orvalho da manhã

são estas as mãos que te procuram
levá-las aos lábios e sentir 
o último beijo que ali deixaste

hoje estão vazias, as mãos
rompem-se
na tristeza dos dias
em que os olhos choram a tua ausência

tacteiam o chão que me foge

o cheiro de madeira 
que conduz ao teu corpo 
espeta-lhes farpas 

e abrem-se de novo 
cicatrizes do passado

as mãos hoje estão feias e frias

mas é nas mãos que está o futuro
que floresçam de novo 
entrelaçadas no teu cabelo 
e nos nós dos teus dedos

são feitas de amor
as mãos
 toca-lhes
são tuas
que foi em ti que se tornaram 
na palavra permanente
com que te escrevo amor











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