#43
O destino não tem ruas nem vielas e eu acompanho os teus passos sem saber sequer para onde me levas.
(Mas sigo-te)
Nas ruas que me vais construindo no peito, emparedo as recordações que partilhas, coloco à janela cada uma das tuas histórias e penduro nos estendais os teus sorrisos tão bonitos. Gosto de preencher os becos da memória com sítios, conversas, sabores e cheiros. Nunca te disse que guardo tudo comigo? Guardo cada pedaço deste destino que continuo sem saber onde me leva.
(Mas sigo-te)
Acho que nunca soube gostar de ti menos do que isto. Também nunca te disse que não era tonta! E no entanto, sempre te disse que não tenho medo de te amar.
(Mas minto-te)
Que neste amor que te tenho espreitam todos os medos de quem aprendeu a não gostar de fantasmas. Neste amor que te tenho abrem-se as cicatrizes que escondiam quem já perdeu o que achava que era tudo. E afinal o tudo é só agora.
(Mas minto-te)
Porque de cada vez que te olho não o faço para memorizar o teu rosto - já o sei de cor na ponta dos dedos. Olho-te fixamente para guardar esse teu céu tão azul que se tornou o meu.
Sigo-te e minto-te porque jamais serei capaz de te dizer que tudo já é maior do que amar. Porque é ser a vida que insiste em querer caber nas ruas e vielas de um destino que não sei onde me leva e que arrasta sonhos e certezas que estavam trancados em casas sem número.
(Mas amo-te e não minto)quando sinto que me transbordas do peito, quando adormeço no teu ombro e quando te peço para esta viagem nunca terminar. O destino será sempre o teu. E eu sigo-te enquanto me quiseres levar.
Tão lindo! Acabei de descobrir este teu espaço. Muitos parabéns. Escreves tão bem, com tanta elegância e "alma". Já estou a seguir.
ResponderEliminarQuando crescer quero escrever como tu! Obrigada!
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